terça-feira, 30 de agosto de 2011

Soneto Do Maior Amor (Vinícius de Moraes)


Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mas da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E que quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Só Nuvem


Estrelas que cantam e minha pequena nuvem
Aquela que vaga solitariamente pelos céus
Em busca de outra, afim de que se unam
Enquanto isso não acontece, solitariamente elas continuam

Reino dos céus, como podes ser tão grande?
A ponto de que minha nuvem seja excluída
Oh imensidão, vaga ou gigante
Não estrague seu coração, não seja suicida

O infinito mora por cá
O finito só dentro de tua cabeça esta.
O horizonte com uma linha
Faz perder não só sua nuvem, mas como a minha

Coração desesperado
Não chores, pobre nuvem
Tua chuva cai por tempo indeterminado
Abra somente vosso céu

sábado, 27 de agosto de 2011

Uma Freitas Freitando No Caminho


Ver-te e reler-te
Observar-te e relembrar-te
Ao céu negro da lua amarela
Nunca existiu felicidade mais bonita
                                                  [que aquela]

E quando ao olhar em seus olhos
Sua pele e seus loiros cabelos
O coração que disparou
Feliz esta com a realização de
                                                  [seus desejos]

E quando se vai
Ao fechar do céu a chuva chega
Tudo vai-se embora, a magia se desfaz
E ela chega, torrencial e derradeira

Tão longe estas, Castelo...
O meu esta pronto, a tua espera
Ao lado meu trono vago
Meu maior desejo é o de estar ao seu lado

Freitando nossas vidas
Lembre-se, que só você é capaz
De fazer meu coração brilhar nos olhos
Iluminar sempre os sonhos

Fez-me abrir os olhos
Quando mais quis mantê-los fechados
Mostrou-me a luz no meio da escuridão,
O único rosto que avistei em meio à multidão

Tirou-me as lagrimas do rosto
No momento em que sofria de desgosto
Lagrimas de alegria, felicidade
Grato ficarei por toda a eternidade

Um por do sol...
A brisa bateu e te levou
O sol se pôs
Perguntei-me, para onde vou?

Sempre pela noite
Ou nos primeiros minutos do dia seguinte
Sendo Lua ou Sol
Naquele banco de areia estaria

Minhas interrogações
As de volta ficam no ar
Felicidade, a nossa estará
Guardada em nossos corações

És como uma fênix, renasce
Mas se vai, deixando cinzas
E quando voltas, presente a felicidade se faz
E quando se vai, preso fico em minhas ruínas

Freitando, Freitado e Freitando
Freitando com a vida e com o amor
Freitando com a felicidade e com a dor
Independente disto, continuarei te amando.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Luz Passageira

Dado certo momento
Entrando em sintonia, só nosso pensamento
Imaginando o amanhã
Entregando minha vida ao vento
Instante, vôo

Dentro do fluxo pacificado
Entendo o dia e seu significado

Fome de luz, profundo obscuro
Um ponto no além
Marca da passagem de quem foi e de quem vem
Alcanço e bato no invisível
Restei, minha passagem não foi possível

Calma, momentos têm horas para acontecer
Ainda obstante de tudo
Nada se faz difícil para ser
Somente ande, surpresas adoram aparecer

Como viajar pelas estrelas
Avante pelo espaço
Indo para o além
Avante pelo espaço
Nada como o pôr do sol
Avante para sentir a brisa do farol

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pescador de Disfarces

Remando pelas águas
Inteligente e esperto a prestar atenção fico
Mergulhado em meio à água, uma garrafa avisto
Entretido com o texto e triste com as profundas mágoas

Ouço choros e vozes
Fico perplexo com a situação

Tento entender o significado disto
Horas passam, meu barco mar a fora
Estrelas caem do céu para iluminar a reta do mar

A linda luz das estrelas que consigo pegar outrora
Nascente dos sonhos e das esperanças
Criam a Lua e o desenho de suas crateras em minhas andanças
Intrigo-me com cada buraco em sua face
Enxergo uma vida, destinada e entregue ao disfarce
Nada a falar, compreendo o paralelo
Tantas vidas, tantos disfarces e tantas crateras

Mar, mar e mar azul
Azul, verde, ondas e histórias
Recebo a dádiva, e saudade sinto
Inigualavelmente remo no contra-sentido
Navegando nas claras águas das estrelas
Enxergo no horizonte sua face
Reflito sobre tudo o que aconteceu e agradeço por não ter disfarce.

Bela Distante

Tanto a te dizer, minha bela amada
Horas passam e nada sai
Respiro, e na mesma hora me ponho a pensar
Obscuro pensamento, uma penumbra de coisas
Ultima coisa? Não me lembro, está aí nesse meio
Gravados meus versos vejo, pego e releio
Harpas, ao seu som, um belo fundo

Tanto a te dizer, minha bela amada
Horas passam e nada ainda para ti saiu
Eis que minha releitura me ajuda

Faço das minhas palavras meu som
Indo corretamente, letra por letra
Refletindo, com muita calma
E vejo você sorrir, uma felicidade

Agora fui feliz, seu sorriso, seu nome, sua pessoa
Nada, nada me faz tão feliz do que você
Disponho-me a rir junto

Felicidade, nossa é composta.
Linda você fica quando ri.
Amor, sinto por ti e a cada dia mais e mais
Minuto a minuto te reparo
Esteja onde estiver a cada dia te amarei
Sorriso, nosso remédio, nossa felicidade.

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